Crítica de Alien: Romulus (2024)

Alien: Romulus (2024) apresenta uma tentativa ousada de revitalizar a franquia Alien, trazendo elementos tanto de suspense psicológico quanto de ação frenética. Dirigido por Fede Álvarez, o filme transporta os espectadores para um cenário de desesperança e claustrofobia em um planeta remoto, onde Rain Carradine (Cailee Spaeny), uma jovem sem perspectivas, se vê envolvida em uma missão arriscada para explorar uma estação espacial abandonada.

A principal força do filme reside em sua atmosfera. A cinematografia é excepcional, com imagens de espaço profundo contrastando com os interiores imundos e labirínticos da estação espacial, criando um contraste visual que lembra os primeiros filmes da franquia, especialmente Alien (1979). As escolhas de iluminação e o design de som, com efeitos audíveis de criaturas espreitando e ambientes opressivos, aumentam a tensão de forma eficaz. A direção de Álvarez, conhecida por sua habilidade em construir suspense (como visto em A Garota na Teia de Aranha), é eficiente em manter o ritmo rápido e a tensão constante.

O elenco, liderado por Cailee Spaeny, também se destaca. Sua personagem Rain, em particular, traz uma força emocional genuína à trama, sendo um dos poucos pontos de conexão mais profunda com o público. O relacionamento dela com o andróide Andy (David Jonsson) é um dos elementos mais cativantes e traz uma dinâmica que explora a humanidade em meio à desolação tecnológica.

Apesar do forte impacto visual e da tensão constante, o filme sofre com falhas no desenvolvimento dos personagens e em alguns momentos no enredo. Os personagens coadjuvantes, como Tyler (Archie Renaux) e outros membros da tripulação, são pouco explorados, deixando a sensação de que estão ali para cumprir um papel funcional em vez de construir uma verdadeira conexão com o espectador. Além disso, o roteiro apresenta algumas falhas de lógica, principalmente no que diz respeito às decisões questionáveis dos personagens e a maneira como certos eventos se desenrolam, o que pode quebrar a imersão.

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Outra falha notável é o uso de CGI para recriar o personagem de Rook (interpretado por Ian Holm em Alien), que, embora tenha boa intenção, não convence e parece forçado, lembrando o problema de trazer personagens falecidos de volta de maneira digital sem o devido respeito à memória do ator.

Alien: Romulus é, sem dúvida, um filme visualmente impressionante, que consegue manter a tensão característica da franquia Alien, mas falha em capturar a mesma profundidade e complexidade emocional dos filmes anteriores. Seu maior trunfo é a atmosfera que cria, um ambiente opressivo e imersivo, e sua capacidade de misturar terror psicológico com ação. Contudo, o filme deixa a desejar em termos de personagens e enredo, especialmente ao cair em clichês que poderiam ser evitados.

Alien: Romulus: Uma boa adição à franquia, mas que poderia ter sido mais consistente na parte narrativa e no desenvolvimento de seus personagens. Rafaela Carvalho

7.5
von 10
2024-11-01T09:57:01-0300
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